Um Taura de Antanho
Halber Lopes e Jarbas Nadal
Chapéu de “paia” trançado com jerivá
E um chiripá tecido de lã de alpaca
Um bom tordilho de laçar touro em perau
E um balandrau tapando o cabo da faca
Um charque gordo forrando o dorso do basto
Canha pra o gasto pendurada numa guampa
Vão na garupa panela, trempe e cambona
E a lona de cotunina pra “sombreá” onde se acampa
É um tebano do tempo da “lei do borge”
É um “são jorge” que restou dos ancestrais
É um torena pra atirar com boleadeira
É uma bandeira mastreada por ideais
É um índio taura criado em beira de mato
É um vaqueano conhecedor dos perigos
Nas suas faces as marcas brabas do tempo
Ao trote lento, com rudes gestos de amigo
É um “biriva” mesclado com algum “tapuia”
Tem com de cuia, melena farta trançada
A barba grande, branquicenta pelos anos
Cimbrando anseios pra sua alma cansada
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