66

Reflexões sobre Originalidade e Nostalgia em '66' de O Terno

A música '66', da banda brasileira O Terno, aborda de maneira crítica e irônica as dificuldades enfrentadas por artistas contemporâneos na busca por originalidade e relevância. A letra inicia questionando o que ainda resta para ser cantado em um mundo onde parece que tudo já foi explorado. Esse dilema reflete a ansiedade de influência que muitos artistas sentem, lutando para encontrar uma voz única em meio a um mar de repetições.

O refrão da música destaca a ironia de tentar ser original em um ambiente que frequentemente rejeita o novo, enquanto ao mesmo tempo glorifica o passado através da nostalgia. A banda menciona como o sucesso muitas vezes vem para aqueles que conseguem fazer um 'plágio diferente', sugerindo que a inovação muitas vezes é apenas uma reinterpretação do que já foi feito. Essa perspectiva é ampliada com a crítica à indústria musical que promove músicas sem substância nas novelas e rádios, enquanto os verdadeiros experimentos artísticos são relegados a nichos menos populares.

Por fim, '66' também explora a pressão para se conformar a certos padrões estéticos e comerciais, seja aderindo ao convencional ou abraçando o bizarro. A banda usa a música para questionar essas convenções e expressar a frustração de tentar se encaixar em categorias pré-definidas, seja na música ou na sociedade em geral. A referência ao ano de 1966 pode ser vista como um ponto de inflexão cultural, simbolizando um tempo de grande criatividade e mudança, que eles aspiram trazer para o presente.