Solito Na Estância

Reflexões de um Gaúcho Solitário: Uma Análise de 'Solito Na Estância'

A música 'Solito Na Estância', interpretada por João Marcos Kelbouscas, é uma expressão autêntica da vida rural e da cultura gaúcha, permeada por sentimentos de solidão e reflexão sobre o futuro. A letra inicia descrevendo a rotina matinal do protagonista, que se levanta ao cantar do galo e enfrenta o dia com uma mistura de cansaço e resignação. O ato de fazer fogo e tomar mate, enquanto conversa com seus cães, é um momento de introspecção, onde a saudade e a solidão o atingem profundamente.

O refrão da música, repetido várias vezes, é um eco de preocupação sobre o que o futuro reserva. O uso de expressões como 'chapéu tapeado' e 'lidando dentro da estância' não apenas contextualiza a ambientação gaúcha, mas também simboliza a dura realidade do trabalho no campo. A esperança mencionada pelo cantor é tingida de melancolia, refletindo a crescente solidão que ele sente mesmo estando constantemente ocupado com as tarefas diárias.

A preocupação com a perda de tradições é palpável quando o cantor lamenta a falta de companheiros que saibam realizar as habilidades tradicionais do campo, como carnear uma vaca ou tosar um consumo. Essa parte da letra sugere uma reflexão mais ampla sobre a modernização e o esquecimento das práticas culturais, um tema recorrente em muitas comunidades rurais que enfrentam o êxodo dos jovens para as cidades.