Pastillas De Freno

A Rotina Opressiva em 'Pastillas De Freno' de Estopa

A música 'Pastillas De Freno' da banda espanhola Estopa narra a experiência de um trabalhador em sua rotina diária opressiva e desgastante. A letra começa descrevendo o início de um dia de trabalho, ainda de madrugada, com a abertura de uma porta negra e a sensação de isolamento, já que 'a rua fica morta'. A referência ao fichar com uma tarjeta sugere um trabalho formal, onde o controle de ponto é rigoroso, e a menção ao uniforme que 'não se nota a mierda' pode ser uma metáfora para a sujeira emocional e física que o trabalho impõe, mas que é mascarada pela uniformidade.

O refrão 'Me la pela' expressa uma indiferença forçada ou uma tentativa de desapego emocional diante das adversidades do trabalho e do mundo exterior. A música continua descrevendo a alienação do trabalhador, que se compara a um 'robot que pega unos chispazos de miedo', evidenciando o medo e a mecanização do ser humano em ambientes de trabalho desumanizados. A 'pastilla de freno', que literalmente significa 'pastilha de freio', é uma metáfora para algo que deveria controlar ou diminuir a velocidade de um processo, mas que, no contexto da música, parece estar ausente, levando o trabalhador a uma rotina acelerada e sem controle.

A música também aborda a questão da remuneração insuficiente ('muy pocos ceros en mi nomina ilegal'), sugerindo que o trabalho é mal remunerado e talvez até ilegal. A repetição de 'no puedo parar' reforça a ideia de que o trabalhador está preso em um ciclo vicioso, onde mesmo exausto e sem ter tempo para cuidar de suas necessidades básicas, como comer, ele é obrigado a continuar trabalhando. 'Pastillas De Freno' é um retrato crítico da realidade de muitos trabalhadores que enfrentam condições precárias e a pressão constante de um sistema que valoriza a produção acima do bem-estar humano.