Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones

A Guerra e a Música: Uma Análise de 'Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones'

A música 'Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones', interpretada pela banda brasileira Engenheiros do Hawaii, é uma versão em português da canção italiana 'C'era un ragazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones', lançada originalmente em 1966 por Gianni Morandi. A versão dos Engenheiros do Hawaii, que se tornou bastante popular no Brasil, traz uma narrativa que reflete sobre a juventude, a música e os horrores da guerra, especificamente a Guerra do Vietnã.

A letra conta a história de um jovem que, assim como o narrador, era fã dos Beatles e dos Rolling Stones, símbolos da cultura jovem e da liberdade de expressão da época. O protagonista é descrito como alguém que girava o mundo a cantar, vivendo a efervescência cultural dos anos 60. No entanto, sua vida muda drasticamente quando é convocado para lutar no Vietnã, uma realidade que atingiu muitos jovens americanos naquela época. A música utiliza a repetição do som onomatopeico 'ratá-tá tá tá' para imitar o som de disparos de armas, simbolizando a transformação do jovem de um amante da música para um soldado em combate.

A canção é uma crítica ao impacto devastador da guerra na vida dos jovens, que tiveram seus sonhos e liberdades interrompidos pelo conflito. A mudança do 'cantar' para o 'ratá-tá tá tá' representa a perda da inocência e a brutalidade da guerra. O jovem que antes tinha cabelos longos e tocava guitarra, agora não tem mais amigos, não vê garotas e está cercado pela morte. A música termina com a triste revelação de que o jovem não voltará para casa, pois morreu no Vietnã, deixando para trás apenas medalhas como reconhecimento de seu sacrifício. Através dessa narrativa, os Engenheiros do Hawaii e a canção original de Morandi expressam uma poderosa mensagem pacifista e de lamento pelas vidas perdidas em guerras.