Eminência Parda (part. Dona Onete, Jé Santiago e Papillon)

A Força e a Resistência em 'Eminência Parda'

A música 'Eminência Parda', do rapper brasileiro Emicida, é uma poderosa expressão de resistência, superação e consciência social. A letra é um mosaico de vozes que inclui a participação de Dona Onete, Jé Santiago e Papillon, cada um trazendo uma perspectiva única para a narrativa.

No início, Dona Onete entoa versos que parecem evocar a simplicidade e a curiosidade, com a repetição de 'Muriquinho piquinino, purugunta aonde vai', que pode ser interpretada como uma metáfora para a jornada de vida e as escolhas que fazemos. Jé Santiago, por sua vez, fala sobre escapar da morte e reconhecer que sua posição atual não é fruto de sorte, mas de escolhas e esforços conscientes. Ele também aborda a desconfiança nas autoridades e a conquista de sucesso material como uma forma de superação.

Emicida, no entanto, mergulha em uma reflexão mais profunda e poética sobre sua trajetória e influência. Ele utiliza metáforas religiosas e históricas para descrever sua ascensão e o impacto de suas palavras. A menção a 'Jesus 2.0' e a 'invenção do zero' simboliza a renovação e a contribuição significativa para a cultura e o conhecimento. A música também aborda temas de empoderamento negro, luta contra a opressão e a reescrita da história a partir de uma perspectiva afrocentrada, como evidenciado na linha 'Minha caneta tá fudendo com a história branca'. Papillon encerra a música reforçando a ideia de resistência e a necessidade de manter o foco na ascensão e no empoderamento da comunidade negra.