Lápiz Y Tinta

A Arte Como Refúgio na Efemeridade da Vida: Uma Análise de 'Lápiz Y Tinta'

A música 'Lápiz Y Tinta' da banda espanhola El Ultimo De La Fila, traz uma reflexão poética sobre a passagem do tempo e a busca por capturar a essência dos momentos efêmeros através da arte. A letra inicia com a menção de elementos simples como tela, cinta, lápiz e tinta, que simbolizam o ato de criar, de começar algo novo, e a ideia de 'roubar' a paisagem sugere a tentativa do artista de preservar em sua obra a beleza que é passageira na natureza.

O segundo verso expande essa ideia ao mencionar o livro e a nuvem como descanso, e o árvore e a fonte ao despertar, elementos que remetem à tranquilidade e à inspiração encontradas na natureza. A música fala sobre a importância de se perder nos próprios pensamentos e sonhos, 'nas calderas del sueño divagar', como uma forma de escapismo ou de encontrar a inocência perdida. A repetição da frase 'Que los días se van, río son' reforça a noção de que o tempo é como um rio que flui constantemente, e a urgência de sentir, caminhar, pintar e perceber o mundo antes que ele mude ou desapareça.

Por fim, a música destaca a beleza triste dos 'verdes parajes de belleza desolada', uma metáfora para a vida e suas paisagens que, embora belas, são marcadas pela desolação da impermanência. A 'anestesia del recuerdo' pode ser interpretada como o conforto encontrado nas memórias, que ajudam a suportar a passagem do tempo. 'Lápiz Y Tinta' é uma ode à criação artística como forma de lidar com a efemeridade da existência e a constante mudança da vida.