É Doce Morrer No Mar

A Melancolia e o Encanto do Mar em 'É Doce Morrer No Mar'

A canção 'É Doce Morrer No Mar', composta por Dorival Caymmi, é uma obra que reflete a relação profunda e muitas vezes ambígua que o homem tem com o mar. A letra evoca a beleza e a tragédia entrelaçadas na vida dos que fazem do oceano seu lar ou seu local de trabalho. A repetição do verso 'É doce morrer no mar' sugere uma aceitação serena do destino, quase como se houvesse uma doçura na ideia de se entregar às ondas.

A narrativa da música conta a história de um saveiro que partiu e não voltou, levando consigo um 'marinheiro bonito' que foi seduzido e levado pela sereia do mar. A figura da sereia, um ser mitológico que encanta marinheiros, simboliza a atração irresistível do mar, mas também seu perigo. A tristeza daqueles que ficam em terra é palpável, especialmente na estrofe que menciona a 'noite de tristeza' para quem esperava o retorno do marinheiro.

A referência a Iemanjá, a deusa do mar na religião afro-brasileira, reforça a sacralidade do oceano e a ideia de que o mar é um lugar de retorno, um lar final para aqueles que nele trabalham. A 'cama de noivo' no colo de Iemanjá simboliza um casamento eterno com o mar, uma união que transcende a vida. A música, portanto, é uma homenagem àqueles que o mar reclama para si, e ao mesmo tempo, um reconhecimento da beleza e do mistério que cercam a vida marítima.