Amor Amor

A Dualidade do Amor na Visão de Cazuza

A música "Amor Amor" de Cazuza explora a complexidade e a dualidade dos sentimentos amorosos através de uma letra intensa e carregada de metáforas. No início, a canção descreve uma cena de madrugada, onde o ambiente 'Azul, sem luz' junto com 'Dias de brinquedo' sugere uma realidade quase onírica, um estado de ser que é ao mesmo tempo belo e melancólico. A entrega do eu lírico ao amor é descrita de maneira inocente e selvagem, comparando-se ao 'brilho esperto dos olhos de um cão', o que pode indicar uma lealdade cega e instintiva.

O refrão 'Amor, amor' é seguido por descrições que personificam o amor como algo que pode ser tanto promissor quanto traiçoeiro ('Diz que pode, depois morde pelas costas sem querer'). Essa ambiguidade continua com a comparação do amor a um 'leão caçando o medo', sugerindo que o amor é tanto poderoso quanto perigoso. Cazuza usa essas imagens para expressar a natureza imprevisível do amor, que é capaz de trazer tanto a doçura quanto a amargura para a vida de alguém.

A última estrofe reflete sobre a jornada pessoal do eu lírico, que é marcada por um 'brilho incerto e louco'. A aceitação de que o sucesso no amor não vem de jogos ou estratégias é evidente quando ele menciona que, se um dia se der bem, será de forma genuína. A música termina com um anseio por uma paixão que é intensa e cheia de 'fogo e segredo', destacando o desejo por uma experiência amorosa profunda e ardente.