Rosinha

A Dualidade de 'Rosinha': Entre o Idílico e o Cínico

A música 'Rosinha', interpretada pelo humorista Ary Toledo, apresenta uma narrativa que começa com uma visão idílica e termina com uma reviravolta cínica. Inicialmente, o eu-lírico descreve o processo de construção de uma casa no cerrado, onde planeja levar Rosinha, sua companheira, apenas quando tudo estiver perfeito. A descrição detalhada dos preparativos, como o gancho de rede e o fogãozinho, sugere um cenário de simplicidade e contentamento.

À medida que a música avança, o eu-lírico expressa seu carinho por Rosinha, prometendo abraçá-la e cantar para ela ao violão sob um céu estrelado. Essa parte da música evoca uma atmosfera romântica e tranquila, reforçando a ideia de um refúgio rural idealizado. No entanto, a última estrofe traz uma mudança drástica de tom. O narrador revela um plano de vender a casa assim que a eletricidade chegar, enriquecer e abandonar Rosinha para viver em um bordel. Esse final abrupto e cínico contrasta fortemente com o tom anterior da música, revelando uma crítica à ganância e ao materialismo.

Essa dualidade entre o idílico e o cínico é característica do estilo de Ary Toledo, que frequentemente utiliza o humor para comentar sobre questões sociais e humanas. 'Rosinha' pode ser vista como uma sátira à falsidade das intenções e ao impacto corruptor do dinheiro nas relações humanas.