Esquadros

A Janela da Alma em 'Esquadros' de Adriana Calcanhotto

A canção 'Esquadros', interpretada por Adriana Calcanhotto, é uma reflexão poética sobre a percepção do mundo e a busca por conexão em meio à alienação cotidiana. A letra nos leva a uma viagem introspectiva, onde a cantora observa o mundo com uma sensibilidade aguçada, prestando atenção às cores vibrantes que remetem a artistas como Almodóvar e Frida Kahlo, sugerindo uma apreciação da vida em suas diversas manifestações artísticas e emocionais.

No entanto, essa percepção estética se contrapõe à sensação de distanciamento expressa pelo refrão, onde tudo é visto 'pela janela' ou 'enquadrado', como se a vida fosse mediada por uma tela, distante e controlada remotamente. Essa metáfora pode representar a forma como as pessoas muitas vezes se isolam, vivenciando a realidade de maneira passiva e desengajada. A artista questiona a velocidade e o propósito da vida moderna, onde 'os automóveis correm para quê?' e 'as crianças correm para onde?', evidenciando uma crítica ao ritmo frenético e sem direção da sociedade.

Por fim, a música toca em um aspecto mais pessoal e emocional, revelando uma sensação de solidão e desamparo. Adriana Calcanhotto canta sobre a ausência de amigos, alegria, cansaço e amor, culminando na constatação de acordar sozinha. 'Esquadros' é um convite à reflexão sobre como nos relacionamos com o mundo e com nós mesmos, destacando a importância de encontrar significado e conexão em meio à aparente desconexão da vida contemporânea.