Can vei la lauzeta mover

Quando Vejo a Cotovia Bater Asas

Can vei la lauzeta mover

Quando vejo a cotovia bater asas
Can vei la lauzeta mover
De alegria contra o raio do sol
De joi sas alas contra·l rai
Até ela se esquecer de voar e volver
Que s'oblida e·s laissa chazer
Para o deleite puro que vai para o coração
Per la doussor c'al cor li vai
Ai, grande inveja vem a mim
Ai! Tan grans enveya m'en ve
Daqueles que vejo cheios de felicidade
De cui qu'eu veya jauzion!
E fico maravilhado que meu coração
Meravilhas ai, car desse
Não se derrete instantaneamente do desejo
Lo cor de dezirer no·m fon

Pensei que sabia tanto sobre amor
Ai, las! Tan cuidava saber
E realmente eu sei tão pouco
D'amor, e tan petit en sai
Porque eu não posso me impedir de amá-la
Car eu d'amar no·m posc tener
De quem não terei favor
Celeis don ja pro non aurai
Ela roubou de mim meu coração, eu mesmo
Tout m'a mo cor, e tout m'a me
Ela mesma e todo o mundo
E se mezeis e tot lo mon
Quando ela se tirou de mim, ela não me deixou nada
E can se·m tolc, no·m laisset re
Mas desejo e um coração saudoso
Mas dezirer e cor volon

Nunca estive no controle de mim mesmo
Anc non agui de me poder
Ou pertenci a mim a partir da hora
Ni no fui meus de l'or'en sai
Que ela me deixou olhar nos olhos dela
Que·m laisset en sos olhs vezer
Aquele espelho que me agrada muito
En un miralh que mout me plai
Espelho, desde que me vi refletido em ti
Miralhs, pus me mirei en te
Suspiros profundos mataram-me
M'an mort li sospir de preon
Perdi-me, assim como
C'aissi·m perdei com perdet se
Belo Narciso perdeu-se na fonte
Lo bels Narcisus en la fon

Eu desespero das mulheres
De las domnas me dezesper
Não mais vou confiar neles
Ja mais en lor no·m fiarai
E assim como eu costumava defendê-los
C'aissi com las solh chaptener
Agora vou denunciá-los
Enaissi las deschaptenrai
Desde que eu vejo que ninguém me ajuda
Pois vei c'una pro no m'en te
Contra ela que me destrói e me confunde
Vas leis que·m destrui e'm cofon
Eu temo e desconfio de todos eles
Totas las dopt'e las mescre
Porque eu sei bem, eles são todos iguais
Car be sai c'atretals se son

Nesta minha senhora certamente se mostra
D'aisso. s fa be femna parer
Ser mulher, e por isso eu a repreendo
Ma domna, per qu'e·lh o retrai
Porque ela não quer aquilo que deveria querer
Car no vol so c'om deu voler
E o que é proibido, ela faz
E so c'om li deveda, fai
Eu caí em desuso
Chazutz sui en mala merce
E se comportou como o tolo na ponte
Et ai be faih co·l fols en pon
E eu não sei porque aconteceu
E no sai per que m'esdeve
Exceto porque eu tentei subir muito alto
Mas car trop puyei contra mon

A misericórdia está perdida, na verdade
Merces es perduda, per ver
Embora eu nunca tenha recebido
(Et eu non o saubi anc mai!)
Para ela quem deve possuir mais
Car cilh qui plus en degr'aveI
Não tem nenhum, então onde devo procurá-lo?
No·n a ges; et on la querrai?
Ah, quem a vê mal adivinharia
A! Can mal sembla, qui la ve
Que ela só deixa esse desgraçado apaixonado
Qued aquest chaitiu deziron
(Quem não terá bem sem ela)
Que ja ses leis non aura be
Morrer e não dá ajuda
Laisse morir, que no l'aon!

Desde com minha senhora nem orações nem misericórdia
Pus ab midons no·m pot valer
Nem meus direitos me valem
Precs ni merces ni·l dreihz qu'eu ai
E já que ela não está satisfeita
Ni a leis no ven a plazer
Que eu a amo, nunca mais falarei disso com ela
Qu'eu l'am, ja mais no·lh o dirai
Assim eu me separo dela e saio
Aissi·m part de leis e·m recre
Ela me matou, e pela morte eu respondo
Mort m'a, e per mort li respon
Desde que ela não me reter, eu saio
E vau m'en, pus ilh no·m rete
Desgraçado, no exílio, eu não sei onde
Chaitius, en issilh, no sai on

Tristão, você não terá nada de mim
Tristans, ges no·n auretz de me
Porque eu parti, desgraçado, não sei onde
Qu'eu m'en vau, chaitius, no sai on
Eu parei e parei de cantar
De chantar me gic e·m recre
E retire-se da alegria e do amor
E de joi e d'amor m'escon