Quando o Samba Chama
Paulinho da Viola
Quando o samba chama
Ela vem, mas
Se deseja e some, não
Tão imprevisível, chega e logo sai
Vive provocando sobressaltos no meu coração
Que não tem coragem de renunciar
Ao prazer de uma velha paixão
O que era um sonho
Pétalas no mar
Logo é pura transpiração
Solidão é a sombra maior entre a gente
Se algum pensamento que vem não seduz
O poeta declina
Daquilo que ele não sente
E o silêncio é o peso que ele conduz
Mas se o tempo se acha no Sol do poente
E do céu se retira um pedaço do azul
O poeta ressurge
E lança no ar a semente
E reparte feliz a sua luz
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