J'ai Osé

J'ai toujours tout fait à ma sauce, j'ai pas écouté les médisants
J'ai quitté tôt les bancs de l'école qui me trouvaient trop épuisante
J'ai renié mon auréole quand les plaies étaient trop vivantes
Contre les murs d'une cellule glauque ou sur le dos d'une étoile filante
Je suis partie loin de chez moi, où m'a-t-on emmené de force?
J'ai traversé mes peurs une à une de mon zèle de gosse
J'ai soulevé des montagnes même sous le ricanement de l'autre
J'ai connu l'infernal et puis le rayonnement de l'aube
J'ai voulu comprendre qui avait décrété qu'ce monde pourri serait ainsi
Qu'on ne pourrait jamais rien y changer sans s'faire fracasser par ceux qui portaient l'insigne
J'ai écrit des milliers de rimes, puis j'ai sorti en m'écorchant les tripes
Gardez vos cases et vos titres sauvages, parmi les sauvages qui nagent en regardant les clips
Sans bouées de sauvetages, j'nage dans l'immensité de la life

J'oublie pas de soigner mes balafres
Si j'suis pas là c'est que je me balade
Feuille et stylo sur le champ de bataille
Fuck les mythos et leur plan de batard
Moi aussi babylone m'a rendue malade

J'ai osé regarder mes torts (j'ai regardé mes torts)
Oui j'ai traversé des déserts (et j'ai suivi l'étoile)
J'ai osé défier l'époque (j'ai défié l'époque)
Et j'ai osé croire en mes rêves (sinon qui le fera pour moi?)
Quand tous veulent te faire rentrer dans les normes (on ne rentre pas dans les normes)
Parce-qu'ils ont inventé les règles (et prôné l'insoumission)
J'ai osé refuser les ordres (j'ai refusé les ordres)
Oui j'ai osé croire en moi-même (chacun sa route et sa mission)

J'ai toujours été autonome, j'ai attendu après personne
J'trouvais la vie monotone, j'voulais pas connaître que la même zone
J'ai osé marcher sur le globe et dévier les codes
Pour dévisser les portes avec ma plume j'ai défié l'époque
J'ai dû affronter mes flips, mettre à l'épreuve ma foi
J'ai dû m'sortir d'la merde en rêvant d'faire entendre ma voix
Et à ceux qui prétendaient savoir, qui m'prédisaient le placard
P'tite fraudeuse au bout du monde presque reconnue à chaque gare
Donc j'démarre à fond, passe à l'action
Coup de pieds en boucle et fausse déclaration
Emanation de choses irréelles, bam arrive et sort comme une déflagration
Jeune vagabonde qui quand la masse la prone fuit, amie de chaque passion
Aux couleurs j'écris à la bombe les rêves sur les murs gris de la nation
Par effraction j'suis rentrée dans l'rap
J'prend c'que la vie me donnera
J'grandis chaque seconde
Et chaque seconde j'mets un doigt à vos codes barres
On m'a dit "laisse tomber c'est trop tard"
Mais j'ai foncé sourcils froncés
Jeune effrontée au front, j'ai osé défier l'empire

Si j'les avais écoutés j'serais devenue l'ombre de moi-même
Le coeur lourd l'âme étouffée j'avais aucune chance mais je l'ai prise quand même
J'serais devenue aigrie par l'manque d'audace de ma vie
A regarder les trains qui passent, les pieds cimentés sur l'parvis
J'aurais fini par rouiller dans sa routine et sa démence
A ne faire qu'le tour du quartier comme si tout était vide de sens
Alors j'ai sauté dans le vif de l'ange, dans le vide j'me lance
Et puis j'ai osé penser seule, oui, et j'ai osé dire c'que j'pense
J'ai osé pousser les limites, déplacer les montagnes
Braver les interdits, assouvir les battements de mon âme
J'ai osé conjurer le sort et les schémas de longue date
Quitte à choquer ceux qui disent que ton passé te condamne

Eu Ousei

Eu sempre fiz tudo do meu jeito, eu ouvii os difamadores
Saí cedo dos bancos da escola que eu achava muito cansativo
Eu rejeitei minha auréola quando as feridas estavam muito vivas
Contra as paredes de cela sombria ou na parte de trás de uma estrela cadente
Eu fui para longe de casa, ou fui levada à força?
Eu atravessei meus medos um por um com meu zelo de criança
Eu levantei as montanhas, mesmo sob o desprezo do outro
Eu conheci o inferno e depois o brilho da aurora
Eu quis entender quem tinha decretado que esse mundo podre seria assim
Que nunca poderíamos mudar nada sem se ser esmagado por aqueles que usam distintivos
Eu escrevi milhares de rimas, então eu saí esfolando as tripas
Mantenha as suas caixas e seus títulos silvestres, entre os selvagens que nadam assistindo clipes
Sem bóias de resgate, Eu nado na imensidão da vida

Eu não esqueço de cuidar de minhas cicatrizes
Se eu não estou lá é por que eu ando
Papel e caneta no campo de batalha
Fodam-se os mitos e seu plano bastardo
Babilônia também me deixou doente

Eu ousei olhar meus erros (eu olhei para os meus erros)
Sim, eu cruzei desertos (e eu segui a estrela)
Eu ousei desafiar o tempo (eu desafiei o tempo)
E eu ousei acreditar nos meus sonhos (quem fará por mim?)
Quando todos querem te fazer entrar nas normas (não se entre nas normas)
Porque eles inventaram as regras (e defederam a insubordinação)
Eu ousei recusar as ordens (eu recusei as ordens)
Sim eu ousei acreditar em mim mesmo (cada um em seu caminho e sua missão)

Eu sempre fui independente, eu não esperei por ninguém
Eu achava a vida monótona, não queria conhecer a mesa área
Ousei andar pelo mundo e desviar códigos
Para remover portas com minha caneta eu desafiei o tempo
Eu tive de enfrentar minhas angústias. Por minha fé à prova
Eu tive de sair da merda sonhando em fazer escutarem minha voz
E para aqueles que afirmavam saber, que previram a prisão
Pequena fraudadoro do fim do mundo quase reconhecida em quase todas as estações
Então eu começo duro, tomando medidas
Pontapés infintos e falsa declaração
Emanação de coisas irreais, bam vai e vem como uma explosão
Jovem vagabundo que quando a massa a proclama, foge, amiga de cada paixão
Em cores eu escrevo como uma bomba os sonhos nas paredes cinzas da nação
À força eu entrei no rap
Eu pego o que a vida me dá
Eu cresço cada segundo
E cada segundo ponho um dedo em seus códigos de barras
Disseram "deixa cair é tarde demais"
Mas eu fui em frente, sobrancelhas franzidas
Jovem atrevida na frente, ousei desafiar o império

Se eu tivesse escutado eu seria sombra de mim mesmo
O coração pesado, a alma sufocada, não tive chance alguma. Mas a assim mesmo
Seria amargurada pela falta de audácia de minha vida
Um olhar sobre os trens quem passam, pés cimentados no chão
Eu acabaria enferrujada em sua rotina e demência
A andar mem volta do bairro, como se tudo fosse sem sentido
Então eu pulei na vida do anjo, no vazio me joguei
E então eu ousei pensar, sim, e ousie a dizer o que penso
Ousei empurrar os limites, mover montanhas
Desafiar tabus, satisfazer as batidas do meu coração
Eu ousei afastar o destino e os padrões de longa data
Saia e choque aqueles que dizem teu passado te condena

Composição: Keny Arkana