A Media Luz

Corrientes tres cuatro ocho,
segundo piso ascensor,
no hay porteros ni vecinos,
adentro coctel y amor.
Pisito que puso Maple,
piano, estera y velador,
un teléfono que contesta,
una pianola que llora,
viejos tangos de mi flor,
y un gato de porcelana
pa´que no maúlle el amor.
Y todo a media luz...
que es un brujo el amor,
a media luz los besos,
a media luz los dos.
Y todo a media luz,
crepúsculo interior,
que suave terciopelo
la media luz de amor.

Música.

Juncal doce veinticuatro
telefonea sin temor,
de tarde, té con masitas,
de noche coctel y amor.
Los domingos, té danzante,
los lunes desolación.
Hay de todo en la casita:
almohadones y divanes
como en botica, cocó,
alfombras que no hacen ruido
y piso para el amor...
Y todo a media luz...
que es un brujo el amor,
a media luz los besos,
a media luz los dos.
Y todo a media luz,
crepúsculo interior,
que suave terciopelo
la media luz de amor.

A Media Luz

Atual três, quatro e oito anos,
segundo andar com elevador,
há porteiros ou vizinhos,
em cocktail e amor.
Loft mobiliado de bordo,
piano, tapete e lâmpadas,
um atendimento telefónico,
um piano choro player,
tangos antigos da minha flor,
e um gato de porcelana
Pa'que mew não amar.
E tudo à meia-luz ...
é o amor de um feiticeiro,
beijos meia-luz,
meia-luz os dois.
E tudo à meia-luz,
Dentro do crepúsculo,
que suave veludo
à meia-luz do amor.

Music.

Vinte doze Juncal
telefones sem medo,
Chá da tarde com bolos;
coquetel e amor.
Aos domingos, chás dançantes,
Segunda-feira desolação.
Há de tudo na casa:
travesseiros e sofás
como na farmácia, de coco,
tapetes que não fazem barulho
e piso para o amor ...
E tudo à meia-luz ...
é o amor de um feiticeiro,
beijos meia-luz,
meia-luz os dois.
E tudo à meia-luz,
Dentro do crepúsculo,
que suave veludo
à meia-luz do amor.

Composição: Carlos Cesar Lenzi / Edgardo Donato